30 agosto 2010

saudade

com tua presença, me sinto só.
com tua ausência, é uma alegria mor.

com tua tristeza, alegria reina,
com tua alegria, à tristeza beira.

com tuas lágrimas, choro apertado,
com teu choro, coração aliviado.

29 agosto 2010

hoje a janela se fechou

certo dia, eu te fiz uma música,
nela contava de toda minha saudade,
de toda minha vontade,
de me aproximar de você.

certo dia, eu te vi por aí,
com suas amizades,
me senti distante,
mas não queria admitir.

certo dia , enfim,
eu te olho.

e vejo que tu crescestes,
que tu criastes um coração e sabes sentir,
sabe ter amigos, sabe ser sociável,
sabe até mentir.

deixou pra trás a capa protetora,
de espinhos.

deixou também,
todo aquele conceito que por ti eu tinha,
todo aquele anseio que se remetia,
quando sabia que tu vinha.

deixou-me pra trás decepcionado,
virou uma pessoa que sempre jurou não ser,
e meu coração se dilata por pena de você,
pena de ter jogado fora, o teu sorriso verdadeiro,
por fotos falsas, de sorrisos amarelos.

deixou pra trás, toda a história,
deixou pra trás, alguns amigos.

deixou e não volta mais,
quem aqui chegou foi a saudade,
junto dela, a indiferença,
nunca outrora pensada.

e nesse misto,
de um futuro passado,
de um presente futuro,
de um passado passado,
eu vou levando, ou melhor, deixando.

[ainda por impulso, querendo acreditar]
[por mais que seja mentira, mas querendo acreditar]

que você é a mesma,
que sua vida de aparência,
não te mudou,
que tuas palavras,
ainda valem a pena.

meia e quarta.

não tenho inveja, mas já tive.

hoje eu tento ser eu mesmo,
tento ter autonomia,
nas palavras e atos,
demonstrar sabedoria.

não sou prepotente, mas já fui.

fui por achar que era melhor que alguém,
por achar que ninguém é igual,
e que o mundo é benéfico pra mim,
mas a verdade é que todo o mundo é injusto.

18 agosto 2010

enfim, no fim, tudo dá certo.

a dor e o fogo,
só serviram de ferro.
o ódio e amor,
ficaram em tédio.
o esperado chegou atraso,
já o inesperado veio correndo.

de tudo então valeu a pena,
deixo de lado, meu instrumento,
sigo e deito,
descanso e durmo.

08 agosto 2010

voltando alguns anos com os mesmos tons e melodias da mesma música que fez(e faz) viajar.
talvez não seja mesma coisa, eu lembro do quarto escuro, do som do lado direito da cama, d'eu lembrar dela antes de dormir,  do efeito que parecia as ondas do mar... lembro com nitidez, lembro com saudade e prazer.

porque vida não é como música ?

seria mais fácil voltar no tempo,
aumentar, diminuir, quebrar
ou até ter contra-tempo.

um compasso, composto,
binário, quaternário.

uns acordes, umas notas,
uma melodia.

e as memórias que ficam,
inesquecíveis,
seria o refrão que não sai da cabeça.